Olá pessoal, voltamos com tudo com essa matéria quente e objetiva que começa a mudar completamente as regras para a campanha política na internet.
2018 TERÁ CAMPANHA COM ANÚNCIOS PAGOS NA WEB!?
Pela primeira vez anúncios pagos por políticos poderão veicular na Internet.
Foi liberada a permissão de partidos, coligações e candidatos a pagarem anúncios patrocinados no social digital e em toda web. Significa que, por exemplo, um candidato poderá impulsionar sua fanpage com dinheiro, para obter mais visualizações, curtidas e seguidores. O que significa mais força será dispendida nas redes sociais, o que pode poupar muita energia com comícios e carreatas. Uma vantagem é que a profusão de anúncios que pode acontecer na rede será uma presença mais leve do que a dos anúncios não virtuais nas vias públicas do país.
Candidatura 100% digital
A lei não menciona a distribuição e a proporção dos gastos, o que permite que um candidato possa gastar todos seus recursos com meios digitais, focando sua campanha integralmente em inteligência com tecnologia. Porém essa adesão tão radical pode ser bastante questionável. A natureza essencial de uma campanha é o encontro daqueles que se propõem em representar a cidadania com o eleitor. Essa conexão é profundamente humana e precisa do presencial, para que o eleitor possa testemunhar a pessoa do candidato. Ou seja, campanha é encontro de pessoas, a tecnologia é um meio para aumentar esse encontro, mas não o substitui. Além disso, seria uma péssima possibilidade de excluir pessoas por falta de acesso à web.
A tecnologia tem de receber o toque humano e aproximar o eleitor do candidato, com menos desgaste físico para alcançar grande número de pessoas, e assim conseguir aumentar as conversões a partir da web, daí o conhecimento em marketing político digital e suas implicações políticas.
O que precisamos é mudar o level do uso da comunicação na internet, aproveitando seu potencial e estratégias. Técnicas com segmentação, marketing de conteúdo, de atração, uso de métricas mais avançadas, inteligência artificial, Chatbots… São muitas oportunidades que estão sendo deixadas na mesa.
Proibidas “fakes news”
*Fica proibido propagar conteúdos falsos, capazes de “alterar o teor ou a repercussão da propaganda eleitoral.”
O novo pacote de leis também proíbe as chamadas “fake news”, como se usa para denominar notícias falsas. Aqui deve ser lembrado que os famosos conteúdos “fakes” da eleição norte-americana que teriam beneficiado Trump, foram posteriormente atribuídos a jovens da Macedônia. Esses grupos teriam usado seus conhecimentos em marketing de conteúdo e SEO (posicionamento de conteúdos em sites de busca como o Google) para propagar conteúdos não verídicos contra Hillary Clinton. Mas a explosão dessas notícias atacando a republicana só aconteceu porque a mídia corporativa espalhou o material sem checar o teor e a procedência, o que a própria mídia evita comentar.
Essa é uma estratégia muito forte, de posicionamento para as buscas do Google, e precisa ser desenvolvida por profissionais capacitados.
Regulamentação e capacitação
Por outro lado, a lei só admite política positiva, não permite, assim, ataques entre adversários. A regulamentação dos anúncios que podem ser impulsionados ainda deverá ser publicada pela justiça eleitoral, que por lei tem um prazo longo para fazer isso, até março do de 2018, mas o ministro Tarcísio Vieira, do TSE, declarou que a instrução deve sair até dezembro ( ver linK: https://goo.gl/LoyqtT ). Ele também adiantou que a regulamentação pode ter um caráter provisório, à princípio, para depois do pleito ser ajustada. “A gente ainda não tem essa definição. Eventualmente, pode-se até ter uma regra de transição, fazendo-se dessa eleição uma espécie de piloto para depois avaliar os resultados negativos e positivos e ir ajustando isso, como parece ser o espírito da resolução.” (sic)
Parece que o ministro “choveu no molhado”, pois a tecnologia está sempre em atualização. Uma razão possível dessa transitoriedade das medidas é que a equipe digital do TSE não se sente competente para se adiantar aos fatos. Isso é uma grande falha estratégica da Justiça Eleitoral, diante de um fato consumado por ela mesma, ou pela pressão do cenário político.
Isso também confirma a falsa questão de que é muito difícil rastrear um conteúdo falso que viraliza na web. A resposta sempre será de inteligência e tecnologia, todos dados e os meios de captura deles estão disponíveis, aos candidatos, aos partidos, aos profissionais de marketing digital e até mesmo ao TSE. Só que tem de ser feito o dever de casa e evitar situações indefinidas por falta de capacitação técnica. No mundo dos bits tudo pode ser facilmente medido, identificado, indexado e compreendido, só falta fazer por onde.
Polêmica Americana
O interesse renovado sobre a manipulação dos anúncios patrocinados segue a divulgação do Facebook no início deste mês, sob intensa pressão do Congresso Americano, que vendeu US $ 150 mil em anúncios políticos ligados a contas de trolls (usuários com intensões não éticas) a partir da Rússia durante as eleições de 2016 (disponível no link: https://goo.gl/16x3eG ). Esses fatos novos estabelecem atualização de padrões para anúncios políticos digitais nos EUA. Mas provavelmente isso não evitará abusos, fato atribuído em grande parte por causa do sistema dos Estados Unidos para regular a publicidade política.
Anúncios patrocinados ampliam a inteligência da comunicação
As ferramentas do Facebook, por exemplo, permitirão aos candidatos buscar eleitores fora de suas esferas de atuação ou da sua base eleitoral de forma mais direta. Também será possível ganhar relevância pelos mecanismos de busca com links patrocinados por palavras-chaves. Além disso, o site entrega a quem usa seus anúncios pagos, dados de segmentação que só seus valiosos arquivos contém. Para segmentar a comunicação você pode direcionar seus posts por idade, localização, sexo, interesses, etc. Já no Google, ao ser feito campanhas com anúncios patrocinados, ads como são chamados, outros dados relevantes são levantados, o que pode compor um planejamento bem avançado a um político e sair com grande vantagem estratégica frente a seus adversários.
Se você vai participar da eleição, deve levar em conta que o mais importante é que num ambiente tão complexo, cheio de oportunidades e ameaças, é necessário como nunca uma equipe capacitada para trabalhar com todas as atualizações de tecnologia e marketing, bem como habilitada para lidar com o cenário político.
Em breve eu volto com mais novidades, inclusive com o mais novo curso de marketing político digital para 2018.
Um grande abraço,
Leandro Rehem