Uma campanha eleitoral começa no seguinte das eleições. A primeira ação que se deve fazer é um balanço, entre erros e acertos da campanha que acabou, sem permitir que a vitória ou a derrota influencie. Ouvir feedbacks fora da equipe também é muito importante. São muitas as informações que podem ser colhidas neste momento pós-eleitoral. Pode já de saída dar oportunidades para ações pró-ativas. Avaliar o desempenho na internet faz parte dessa demanda. Ver que por vezes a comunicação online pode pecar por excesso também.
Qualquer político inspirado sabe que a conexão com sua base não deve ser subestimada, ao invés de ser o político apenas eleitoral. Na comunidade nunca cessa de ter assuntos para atender. Assim, o líder não deve sumir das redes sociais depois das urnas. Mas, por vezes a presença que ele constrói pode ser ostensiva, e isso é um grande perigo para o marketing de relacionamento.
Na eleição que seguiu à eleição de Barack Obama, na Itália, os políticos abusaram. Influenciados pela eleição dos Estados Unidos eles investiram com tudo para a campanha pessoa a pessoa nas mídias sociais. De saída eles provocaram os segmentos mais sensíveis online, os mais jovens e céticos que justificaram seu mal-humor com os políticos. Qualquer ligação com as manifestações de 2013 no Brasil não é mera coincidência. Os políticos italianos investiram nas redes, provocando verdadeiros comícios online, ligando qualquer entrevista na televisão às plataformas online.
Promover os canais online a primeira vista pode parecer excelente estratégia. Mas os italianos, inspirados pela utilização vitoriosa de Obama, usaram as mídias sociais como megafones. Foram milhões de imagens facilmente compartilháveis diariamente nas timelines. O que se verificou é que a rejeição foi muito maior do que o engajamento. O excesso nunca foi um bom companheiro nas mídias sociais. A idéia é pegar leve e seguir desenvolvendo o relacionamento de olho nas métricas de engajamento e feedback. Lembrando sempre que a web 2.0 é marcada pela colaboração, inteligência e transparência, e o político apenas seguindo esse princípio básico já estará inovando.
Parece simples, mas não é.
Um abraço!