A discussão sobre vitória ou derrota pode ser deslocada para novas e fartas possibilidades online.
A internet é um fator decisivo nas novas campanhas políticas. Quem subestimou a força dessa grande ferramenta que está mudando o mundo, pode ter perdido bem mais que a eleição.
Foi uma campanha feia. Claro que algumas campanhas entenderam o recado e fizeram bonito na Web, mas na sua maioria foi a mesma coisa de sempre.
As pessoas, por falta de melhor trilha sonora de qualidade, tiveram que submeter-se a um massacre interminável de carros com som amplificando jingles que comprovam os políticos, eventualmente soando como uma broca de dentista. Os políticos sabiam que a tradicional campanha política não iria funcionar em um país atormentado por ceticismo e desconfiança-se em meio a um processo que testa a própria validade eleitoral. E apelaram em campanhas curtas e mal feitas.
Ainda vamos examinar melhor os detalhes em outra oportunidade, mas internet influenciou o tempo inteiro, como, por exemplo, trabalhando com as limitações impostas pela Minirreforma aos estreantes. Quem aprendeu a operar com grupos segmentados experimentou bons resultados, ao invés do chamamento público do rádio, televisão, comícios, que atraem o público em massa. As novas tecnologias têm novos modos e mais força de persuasão quando bem dirigidas.
Cada canal de comunicação deve ter um endereço específico. Um post Facebook não é um flyer e um vídeo do YouTube não é um jingle. Sem um tempo de maturação é impossível uma plataforma escalar engajamento, o que vai de encontro ao mercado que só pensa em comunicação depois das convenções partidárias, com as campanhas focadas nas eleições, para serem esquecidas no dia seguinte ao pleito. Esse tipo de político não existirá no futuro, mas ainda consegue influenciar bastante o jogo. Ele não compreende que comunicação política não deve durar apenas em campanhas por votos.
As mídias sociais representaram um grande avanço e trouxeram as pessoas para um contato mais próximo com o processo eleitoral. Mostraram-se adequadas para gerar engajamento ideológico, no entanto, tem sido difícil de sustentar o interesse político e ativismo online ao longo de uma disputa pela governança federal. Em um ambiente político polarizado e notícias sobre corrupção, muitos foram os que silenciaram no social digital. Enfim, como já se previa, veio uma grande onda conservadora através das urnas.
Mas, passada a disputa, ingênuo é o político que dispensa o uso de redes sociais e ferramentas digitais para revigorar a democracia e ampliar o engajamento eletrônico de base-ativismo. Vários estudos acadêmicos preveem como as atividades de redes sociais das pessoas irão afetar a participação cívica e política.
É necessário perceber como é importante contar uma história com início, meio e fim, para afirmação de uma idéia ou de um político. É aí que o social digital se mostra um grande ajudante nesse processo. Não é necessário converter todo o tempo, mas é fundamental compor com a história, ressoar a narrativa com pílulas em posts.
Pôde-se também assistir o surgimento de iniciativas digitais voltadas à política. Entre algumas soluções que surgiram, dois sites se destacam, o “Mapa da Direita” e “Me Representa”, o primeiro com um perfil conservador e segundo identificado com os direitos humanos. Ali você pode encontrar informações mais aprofundadas sobre políticos e tendências. São tipos de empreendimentos que irão aumentar, na medida em que pessoas resolvam realmente trabalhar ativismo político na web.
É preciso reconhecer que o marketing mudou, forças novas entram no conjunto resultante, aquele que for sensível à esses elementos pode ampliar bastante seu espaço político. Criar Oportunidades virtuais para comentários cidadão e deliberação comunitária é uma pauta de trabalho que está sobre a mesa dos gestores políticos, empossados ou não em cargos públicos.
Os candidatos eleitos devem desenvolver mecanismos de feedback com seus eleitores. Uma inquietação atual é o desligamento massivo do cidadão da política, com total alienação por parte dos eleitores. No entanto, as mídias sociais oferecem maneiras aos cidadãos e líderes de resposta pública e prestação de contas. A mesa está posta.
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