Texto publicado essa semana na página oficial do PT no Facebook no qual o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, é chamado de “tolo” por não apoiar a reeleição de Dilma Rousseff causou uma forte reação do PSB e inaugurou a guerra virtual da corrida presidencial deste ano. Até o PSDB do senador Aécio Neves, outro pré-candidato ao Palácio do Planalto, entrou na discussão. A publicação na página oficial do partido da presidente no Facebook que chama governador de Pernambuco de ‘tolo’ e ‘playboy’ recebe dura resposta dos antigos aliados, para quem os petistas agem na internet como uma ‘seita fundamentalista’
Ao atacar o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), candidato ainda não oficializado à Presidência da República, o PT iniciou uma ação de marketing político digital que vai numa direção contrária a tudo que se sabe como fazer política na Web. Na página oficial do Partido dos trabalhadores no Facebook foi publicado um texto “A Balada de Eduardo Campos”. Trolagem é uma gíria para ataques agressivos e deselegantes, algo como um “pecado capital” no marketing de relacionamento, os “Trolls” são logo reconhecidos e evitados. Essa é uma prova clara de que não pode deixar comunicação digital de campanha nas mãos de militantes que costumam gritar nas assembleias.
O texto deixa transparecer ciúmes da aliança Eduardo Campos e Marina Silva, um trabalho rancoroso, que perde na máxima que se diz “Tá chorando? Ninguém quer saber”. O autor da ideia e da mensagem é melhor ser transferido para outro setor da campanha, bem distante da comunicação digital.
Estratégia. Segundo dados encontrados na rede, o ataque virtual a Campos faz parte da estratégia que a cúpula petista pretende adotar na campanha: concentrar o debate público com Aécio a fim de polarizar com o PSDB e criticar Campos nas redes sociais. A premissa é a seguinte: o provável candidato tucano é mais fácil de ser batido num eventual 2.º turno, portanto é com ele que Dilma tem de discutir publicamente; ao mesmo tempo, o provável candidato do PSB, mais forte na avaliação do PT, precisa ser alvo de críticas duras, mesmo que virtuais.
-Será que é uma estratégia válida?
O marketing de relacionamento que tem se mostrado poderoso, é um trabalho fragmentado, porém altamente sofisticado. Ao chamar o candidato do PSB de “tolo”, em agressão pessoal que antes mesmo de ser digital, é um dos maiores “crimes” de comunicação, até mesmo fora da política. O texto também expõe a administração de Campos, como algo derivado do PT. Ainda que possa ser verdade, afirmações como essa tiram aquilo que amamos no relacionamento humano, a generosidade. Assim, a polêmica postagem primou em erros de comunicação digital, como se costuma dizer foi um “tiro no próprio pé”.
Mais tarde, o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque, rebateu no Twitter o texto publicado pelo PT.
– “Patética, desrespeitosa e desqualificada a nota do PT com ataques pessoais a @eduardocampos40. Este nível de debate não encontrará eco no PSB”, escreveu o parlamentar.
Militantes petistas começaram a compartilhar nas redes sociais na tarde desta quinta-feira (9) uma mensagem na qual assumem os ataques contra o governador de Pernambuco e presidenciável do PSB, Eduardo Campos. Na mensagem publicada no Twitter, os militantes chamam Campos de “traíra”. “Eu sou o autor da nota contra o traíra do Eduardo Campos”, diz o texto.
Muito interessante perceber a presença forte da Web na discussão política em 2014. Os políticos, partidos e envolvidos, errando vão aprender a importância e a força desse canal de comunicação e de relacionamento.
O treinamento de militantes é fundamental, estratégia certa para uma campanha com mais chances de sucesso.
É acompanhar para ver.
Até a próxima!