As redes sociais, os celulares e os jovens são componentes que irão dar muitos desdobramentos – o potencial da combinação desses elementos está longe da saturação.
O Brasil está com uma revolução política em marcha, sua natureza é definida por seus componentes, de informação e tecnologia de comunicações, que, como temos discutido aqui, terá implicações profundas. Os elementos que puxam essa onda são o crescimento das mídias sociais, da telefonia móvel e assim, como consequência deles, temos “um convidado” inquieto que chegou para a festa interativa, são os jovens, claro, acompanhados de outras faixas etárias que também estão ativas no processo.
Um dos efeitos mais marcantes dessa revolução é o impacto na prestação de contas, transparência e corrupção. As mídias sociais estão vigilantes, há uma série de exemplos proeminentes como tem se lançado luz a questões que antes iam segundo o gosto dos políticos e dos editores dos grandes grupos de comunicação corporativa. A votação do Marco Civil da Internet, por exemplo, estava sendo levada pelos lobbys das teles prejudicando todo o interesse público. E seguia o processo embalado pela imprensa, mas foi abortado pelo Congresso Nacional por conta da pressão das redes sociais.
Revolução móvel
Pessoas e grupos estão cada vez mais dividindo projetos e conteúdos. Com a telefonia móvel o acesso à internet ficou disponível para um número expressivo da população, o que é um fator que provoca realmente uma revolução transformadora – tudo possível através de um celular básico.
Ativismo interativo
A combinação dessas ferramentas digitais poderosas deu a todos aqueles que estão conectados maior oportunidade de participar no discurso político nacional, formar redes online e coordenar protestos públicos. Elas fornecem para o país os meios para se questionar a política, tanto da situação como da oposição, exigindo transparência.
As tecnologias digitais estão cada vez mais sendo utilizadas para mudança social. Os blogueiros, os empreendedores digitais e grupos de mídias sociais são atores cada vez mais influentes no debate público. Naturalmente, com a ascensão dessas vozes nas novas mídias, os tradicionais meios de comunicação de massa perderam muito de sua força e capacidade de manobra, por vezes eles estão atrasados em relação às mídias sociais. Tanto o governo, em todos os níveis, como os políticos em geral devem se colocar de modo que possam ajudar o país alcançar seus objetivos sociais que agora ficam mais claros, com o aumento da participação popular. Esse deve ser o melhor posicionamento diante dos fatos, um encaminhamento para uma governança mais democrática.
A blogosfera tem sido um ambiente midiático fundamental para expor a corrupção e, ao contrário da mídia tradicional, a maioria desses meios online oferece fóruns para comentar e debater. Cada vez acumulam-se exemplos de relatórios vazados por esses meios.
Esse é o cenário, mas a implicações são muitas e variadas. Uma coisa é importante, muitas dessas consequências ainda não estão muito aparentes. Assim, aqueles empreendedores, com espírito inovador que estão inquietos farejando descobertas, podem surpreender. Serão surpresas inquietantes para aqueles que não desejarem acompanhar todos esses movimentos.